Abelha Jataí

= ABELHA JATAI =

08/10/2009 16:20

= ABELHA JATAI. TETRAGONISTA ANGUSTULA =

A abelha Jatai é uma das menores já conhecida, só perde em tamanho para a Abelha Mosquito, muito comum na Amazônia. é uma abelha sociavel muito mansa.

A abelha Jatai, no meu ponto de vista não está na lista das abelhas em extinção, pois sobrevive muito bem em cidades pequenas, enxameia e faz seu ninho em qualquer lugar, ocos de árvores, na terra, em barranco, em muros entre meio de pedras, Só não sobrevive em metrópolis. ( A jatai mora em meio a pedras, mas não come pedra ).

Produz de 600 ml a 1,5 litros ao ano em caixas racionais, O preço do litro de mel para venda gira em torno de R$- 60,00 a R$- 80,00 É um mel muito saboroso e medicinal, na região Sul do Brasil, é muito utilizado para pingar no olho para retirar cisco , e tambem para cura de catarata, e outras doenças dos ólhos.

Esta abelha pertence ao grupo das trigonas, Para multiplicar é necessário ter uma realeira em formação, em 1992 eu fiz 2 multiplicação da Abelha Mirin que pertence ao grupo trigona, utilizando o princípio do ovo de um dia, uma prosperou e a outra não. Não tenho certeza se foi gerado a rainha do ovo de um dia, ou já tinha uma realeira em formação e não vi.

 

Obs= Para saber a composição do mel da Abelha Jatai, clic abaixo.

Analise do mel Abelha Jatai.

 CARACTERÍSTICAS GERAIS

 

 

 

As abelhas da sub família Meliponinae (Hymenoptera, Apidae), são conhecidas por "abelhas indígenas sem ferrão" por possuírem o ferrão atrofiado sendo, portanto, incapazes de ferroar. Ocorrem na América do Sul, América Central, Ásia, Ilhas do Pacífico, Austrália, Nova Guiné e África. Taxonomicamente está subdividida em duas tribos. Meliponini formada apenas pelo gênero Melipona, encontrado, exclusivamente, na região Neotropical (América do Sul, Central e Ilhas do Caribe), e Trigonini que agrupa um grande número de gêneros e está distribuída em toda a área de distribuição da sub família.

 

Todas as espécies de Meliponinae são eusociais, isto é, vivem em colônias constituídas por muitas operárias (algumas centenas, até mais de uma centena de milhar, conforme a espécie) que realizam as tarefas de construção e manutenção da estrutura física da colônia, coleta e processamento do alimento, cuidado com a cria e defesa. E por uma rainha (em algumas poucas espécies são encontradas até cinco) responsável pela postura de ovos que vão dar origem às fêmeas (rainhas e operárias) e a, pelo menos, parte dos machos (em diversas espécies, parte dos machos são filhos das operárias).

Os machos são produzidos em grande número em certas épocas do ano e podem realizar, esporadicamente, algumas tarefas dentro da colônia, além de fecundarem as rainhas, durante o vôo nupcial. Normalmente, alguns dias após emergirem (quando a abelha, após terminado seu desenvolvimento, sai da célula de cria), os machos são expulsos da colméia.

 

 

 

As abelhas são insetos holometabolos, isto é, a fêmea realiza postura de ovos que dão origem as larvas, que são morfológica e fisiologicamente diferentes dos adultos. Elas se alimentam, crescem, sofrem um certo número de mudas e se transformam em pupa, forma esta que não se alimenta e fica imóvel na célula de cria. Após algum tempo, a pupa sofre muda, se transformando em uma abelha adulta.

 

No caso de Meliponinae o ovo é posto em uma célula construída com cerume (mistura de cêra, produzida pelas operárias, e resina vegetal, coletada no campo) ou, no caso de algumas poucas espécies como Leurotrigona muelleri, com cêra pura. O alimento larval (mistura de secreção glandular, mel e pólen) é depositado nas células pelas operárias, imediatamente antes da postura do ovo, este tipo de aprovisionamento é denominado de aprovisionamento massal. O alimento se estratifica dentro da célula, dessa forma a larva ingere, inicialmente, a fase líquida, composta por secreções glandulares e mel e depois o pólen (fase sólida).

Durante a operculação, eventualmente, a operária pode realizar postura de ovo que, por não ser fecundado, irá originar macho (a rainha também pode por ovos não fecundados, que originarão machos).

 

 

 

 

 

 

 

O NINHO DOS MELIPONÍNEOS

 

 

A estrutura e localização dos ninhos dos meliponíneos varia de acordo com as espécies. Diversas espécies de Melipona, captotrigona e Plebeia, entre muitas outras, constróem seus ninhos em ocos encontrados em troncos e galhos de árvores vivas. Algumas espécies utilizam ocos existentes em árvores secas, mourões de cerca etc., como acontece com Frieseomelitta e com Friesella schrottkyi. Geotrigona, diversas espécies de Paratrigona, Schwarziana quadripunctata e Melipona quinquefasciata são algumas abelhas que constróem ninhos subterrâneos. Utilizam por isso, cavidades pré-existentes, como formigueiros abandonados. Melipona bicolor constroe seu ninho em locais frescos e úmidos como troncos de árvore, próximo ao solo. Algumas espécies do gênero Partamona constróem seus ninhos semi-expostos, em cavidades com abertura bastante ampla, ou em moitas de epifitas, samambaias e ambientes semelhantes. Outras espécies de Partamona e Scaura latitarsis constróem seus ninhos dentro de cupinzeiros vivos. Trigona cilipes nidifica dentro de formigueiros vivos. Trigona spinipes e outras espécies de Trigona, constróem seus ninhos expostos presos a galhos de árvores, paredes ou locais semelhantes.

 

 

 

Várias espécies que, normalmente, utilizam ocos existentes em troncos e ramos, ocasionalmente, constróem seus ninhos em cavidades existentes em paredes de pedra, alicerce de construção (local onde é comum encontrar ninhos de Nannotrigona testaceicornis). Os ninhos dos meliponíneos apresentam arquitetura complexa e, embora apresentem algumas estruturas comuns às diversas espécies, existem diferenças marcantes entre os gêneros.

 

O ninho apresenta uma entrada, que normalmente é característica para cada espécie ou gênero (em muitos casos é possível a identificação das abelhas a partir da entrada do seu ninho). Muitos Trigonini constróem a entrada utilizando cerume, muitas vezes um simples tubo por onde as abelhas entram e saem e onde guardas ficam postadas, defendendo a entrada. Em algumas espécies, este tubo se alarga formando uma ampla plataforma onde se postam as guardas. Outras utilizam resina para a construção da entrada. Em determinadas espécies a entrada é ampla, normalmente guardadas por diversas abelhas e pela qual entram e saem muitos indivíduos ao mesmo tempo. Outras constróem entradas estreitas por onde passa uma única abelha por vez e que é guardada por uma só abelha que fecha a entrada com sua cabeça. As diversas espécies do gênero Partamona constroem com barro a ampla entrada característica de seus ninhos. Melipona também utiliza barro, normalmente, misturado com resina e constróem a entrada estriada característica de muitas espécies do gênero.

À entrada segue-se um túnel construído com cerume, resina ou barro que vai até a região onde é armazenado o alimento. Em Partamona, à entrada segue-se um vestíbulo, que em algumas espécies imita um ninho abandonado, ao qual segue-se estreita entrada que dá acesso à área interna do ninho. Esta estrutura esta, aparentemente, relacionada a proteção do ninho contra invasores.

 

 

 

 

 

O alimento é armazenado em potes construídos com cerume. Mel e pólen são armazenados em potes separados. Em alguns Trigonini os potes onde é armazenado o pólen, apresentam forma diferente daqueles utilizados para o mel, em Frieseomelitta varia, por exemplo, os potes de pólen são cilíndricos e bem maiores que os de mel, que são esféricos. A posição dos potes no ninho também varia conforme a espécie, mas de um modo geral estão colocados na periferia da área de cria.

 

 

 

 

 

 

Os favos de cria são construídos com cerume e na maioria das espécies são horizontais. As células do centro do favo são as primeiras a serem construídas sendo as demais construídas à sua volta, dessa forma, usualmente, a cria da região central do favo é mais velha. Nas espécies que constróem os favos em forma de cacho, a maioria das células não têm parede em comum, como em Friseomelitta, Leurotrigona e algumas espécies de Plebeia. Em Friesella schottkyi algumas colônias possuem favos irregulares. Espécies que constróem favos irregulares ou em cacho podem utilizar cavidades irregularidades, muitas vezes bastante estreitas.

 

 

 

 

Em grande parte das espécies os favos de cria são envolvidos por um invólucro, constituído por camadas de cerume que os protegem, inclusive contra a perda de calor.

 

No caso de espécies que utilizam ocos em árvores ou parede para construção dos ninhos, esta cavidade é muitas vezes revestida com resina e delimitada com batume feito com resina, geopropólis (mistura de resina com barro) ou cerume, podendo apresentar-se perfurado, permitindo a ventilação e escoamento de líquidos que atinjam o interior do ninho.

 

 

 

Espécies que constróem o ninho exposto ou semi-exposto utilizam resina, barro e matéria orgânica em sua construção. Trigona utiliza folhas maceradas nessa construção. Algumas vezes usam folhas e brotos e pedaços de árvore podre ou em decomposição tambem utilisam flores especialmente de laranjas, atuando como equilibrio. Trigona constroe na parte oposta à entrada um escutelo, utilizando para isso lixo da colméia, abelhas mortas e fezes das abelhas. Essa estrutura bastante sólida protege o ninho e serve para sua sustentação.

 

Espécies que constróem ninhos subterrâneos, envolvem-no com camadas de batume sólido. O ninho fica suspenso dentro da cavidade e na parte inferior dessa, as abelhas constróem uma galeria de drenagem.

 

 

 

Os meliponíneos possuem colônias perenes e com muitos indivíduos e, para manterem essas colônias, coletam grande quantidade de alimento parte do qual é armazenado na colônia. A existência de mecanismos de comunicação, que variam de espécie para espécie, permitem a esses insetos sociais grande eficiência na exploração dos recursos existentes no ambiente, como fontes de água, alimento ou local apropriado para nidificação.

 

 

 

 

A forma mais simples de comunicação consiste, simplesmente, em dispersar, na colônia, o "cheiro" do alimento que as campeiras estão trazendo. As campeiras correm por dentro do ninho, excitando as demais operárias pela movimentação. Novas operárias saem ao campo em busca da fonte de alimento orientadas apenas por esse "cheiro". Esse tipo de comunicação é encontrado em Trigonisca, Frieseomelitta e Dukeola. Plebeia e Tetragonisca, durante a movimentação dentro da colônia, produzem um som que ajuda a estimular as operárias a saírem em busca de alimento com odor semelhante àquele que estão transportando.

 

Em Partamona, a operária ao voltar de uma fonte de alimento estimula outras operárias, posteriormente, sai do ninho em direção à fonte, sendo seguida por outras operárias. A guia libera durante o trajeto, um feromônio que auxilia na comunicação.

 

 

 

Em Nannotrigona, a operária que chega ao ninho com alimento reparte-o com outra operária e durante o processo produz som. O processo é repetido várias vezes tanto pela abelha que chegou com alimento como por aquelas com as quais ela dividiu o alimento. Dessa forma um grande número de operárias deixam a colônia em conjunto em busca da fonte de alimento, e repetem o processo várias vezes, de tal forma que em pouco tempo muitas abelhas da colméia estão coletando na referida fonte.

 

Diversas espécies de abelhas comunicam a localização da fonte de alimento por meio da marcação de uma trilha, com feromônio produzido pela glândula mandibular. Em Melipona, a campeira marca a fonte de alimento e faz marcas na vegetação a alguma distância da fonte, essa pequena trilha ajuda as demais operárias a encontrar o alimento. Operárias que chegam à colméia com alimento, o distribuem a outras operárias, emitindo som característico que indica a distância da fonte. As operárias se orientam pelo som e pela trilha marcada junto à fonte.

Em diversas espécies de Trigonini, como Trigona, Scaptotrigona, Oxytrigona e Cephalotrigona a trilha de cheiro é contínua da colméia até a fonte de alimento. De espaço em espaço, a operária marca a vegetação com uma pequena gota de feromônio, a distância entre as marcas varia de espécie para espécie.

 

 

 

 

 

 

 

DETERMINAÇÃO DE SEXO

 

 

Nas abelhas, e na maioria dos Hymenoptera, as fêmeas originam-se de ovos fecundados e são diplóides, enquanto que os machos originam-se de ovos não fecundados e são haplóides.

Ocasionalmente, quando as rainhas foram fecundadas por machos aparentados, parte de seus ovos fecundados podem originar machos diplóides, nesse caso a rainha da colônia poderá ser morta pelas operárias .

 

 

 

Em Trigonini as rainhas são normalmente produzidas em células especiais, mais volumosas, muitas vezes, localizadas na periferia do favo de cria, denominadas realeiras ou células reais. Nessas células, a quantidade de alimento colocada é bem maior que aquela colocada nas células das quais emergem operárias e machos. Em algumas espécies dessa tribo, que constroem o favo em forma de cacho, uma larva presente em uma célula de operária, após ingerir o alimento da sua célula, fura a parede da célula adjacente e ingere o alimento, desenvolvendo-se em rainha (Terada, 1974). Algumas vezes de células reais não emergem rainhas, mas machos gigantes, cujo papel é desconhecido.

 

Em Trigonini, qualquer larva de fêmea, se alimentada com quantidade adequada de alimento, é capaz de se diferenciar em rainha, e não existem evidências de diferenças qualitativas entre o alimento depositado em células que originarão operárias e machos e aquele depositado nas realeiras. Experimentalmente, é possível produzir rainhas, alimentando-se, em células grandes (construídas artificialmente), larvas jovens de operárias com maior quantidade de alimento, retirado de células de operárias ou de machos .

 

 

 

Em Melipona não existem realeiras. As operárias, os machos e as rainhas emergem de células semelhantes. Em Melipona quadrifasciata, os machos emergem, principalmente, de células localizadas na região central dos favos, enquanto que as rainhas emergem, principalmente, de células localizadas na periferia dos favos. Embora exista essa tendência, as rainhas também emergem de células centrais e machos de células periféricas. Nessas abelhas, há evidências de que existem fatores genéticos envolvidos no processo de determinação das castas rainhas.

 

Em Meliponinae, de um modo geral, rainhas virgens podem ser encontradas nas colméias durante todo o ano. Existem épocas, entretanto, em que são produzidas em maior número. Diversas espécies de Trigonini aprisionam rainhas virgens em uma construção de cêra conhecida como célula de aprisionamento de rainha, nessa célula as rainhas são mantidas por períodos variados de tempo. Em algumas espécies de Trigona, as rainhas armazenam durante seu desenvolvimento grande quantidade de reservas orgânicas e permanecem na realeira algum tempo após o término de seu desenvolvimento. Em Melipona as rainhas virgens podem ser mantidas na colônia por algum tempo, algumas vezes dentro de potes de alimento vazios. Tanto em Trigonini como em Meliponini, alguma dessas rainhas virgens pode substituir a rainha da colméia, em caso de morte desta, ou enxamear junto com parte das operárias para fundar novo ninho, as demais são mortas ou expulsas da colméia pelas operárias.

 

 

 

 

 

 

 

ENXAMEAGEM

 

 

A enxameagem é o processo pelo qual a colônia se reproduz e é um processo complexo que envolve uma rainha virgem e parte das operárias de sua corte. Algumas destas operárias deixam a colônia original e procuram um local adequado para construção de novo ninho. Ao encontrá-lo, sua localização é informada às demais abelhas do grupo, através do processo de comunicação, típico para cada espécie, e parte dessas operárias migram para esse local levando cerume, retirado da colônia original, e iniciam a construção do novo ninho. Inicialmente, todo o material utilizado (cerume, resina e alimento) é retirado do ninho materno. Quando o novo ninho está em condições de receber a nova colônia para ele migram a rainha e muitas operárias. O vínculo com a colméia materna se mantém ainda por algum tempo, durante o qual as operárias da nova colônia continuam freqüentando o ninho original e daí transportando para o novo ninho, alimento e cerume. Após a migração, a rainha da nova colônia realiza o vôo nupcial, durante o qual é fecundada e algum tempo depois inicia postura.

 

 

 

 

 

 

 

ALIMENTO

 

 

A imensa maioria das abelhas se alimenta de produtos obtidos nas flores. Os meliponíneos coletam néctar das flores e por desidratação e ação enzimática o transformam em mel que é armazenado na colméia.

 

 

 

O mel das abelhas sem ferrão apresenta composição diferente do mel de Apis mellifera. São mais fluidos e cristalizam lentamente.

 

A quantidade do mel armazenado na colméia varia muito, havendo espécies que armazenam quantidades muito pequenas, como é o caso de Leurotrigona. Algumas espécies de Melipona armazenam quantidades bastante grandes, sendo que em algumas regiões elas são criadas para produção de mel, como é o caso de Melipona compressipes (Tiúba) no Maranhão.

O principal alimento protéico para as abelhas adultas e suas larvas é o pólen. Após sua coleta nas flores, pelas abelhas campeiras, ele é transportado para a colônia onde é estocado, sofrendo alterações físico-químicas, devido a processos fermentativos.

Espécies de Trigona do grupo necrofaga não visitam flores, mas utilizam em sua alimentação carne fresca de animais mortos. Em seus ninhos não são encontrados mel ou polén, apenas produtos derivados da carne coletada.

 

 

 

 

DEFESA

 

Embora não possuam ferrão desenvolvido, os meliponíneos são capazes de defender suas colônias de forma passiva, construindo seus ninhos em locais de difícil acesso, como troncos com paredes grossas, cavidades profundas no solo, dentro de ninho de insetos agressivos, por exemplo formigas, ou como faz Partamona, construindo junto à entrada do ninho um vestíbulo que dificulta a entrada de inimigos.

 

 

 

 

 

A entrada do ninho da maioria das espécies é, normalmente, guardada por abelhas que atacam inimigos que tentem entrar no ninho, especialmente, abelhas de outras colméias e formigas. A entrada do ninho de muitas espécies é circundada por resina pegajosa que dificulta seu acesso por formigas e algumas espécies fecham a entrada do ninho quando são atacadas por esses insetos.

 

 

 

 

De inimigos maiores, vertebrados, principalmente, as abelhas se defendem de outra forma, enrolam-se no cabelo ou pêlo e mordiscam a pele com suas mandíbulas cortantes, tentam entrar nos ouvidos, nariz e olhos, grudam resina nos pêlos e imitam som que os afugenta. Algumas espécies liberam, quando atacam algum inimigo, feromônio que atraem outras campeiras para o ataque, como acontece em Scaptotrigona. Oxytrigona produz em suas glândulas mandibulares, bastante desenvolvidas, substância cáustica que libera na pele de animais que as perturbem, causando queimaduras sérias.

 

 

 

 

ATRAÇÃO DE ENXAMES

 

 

Para se atrair enxames de meliponíneos, utilizam-se caixas de madeira. No seu interior coloca-se um pouco de cerume e resina, retirados de colônias dessas abelhas. Pode-se, também utilizar caixas nas quais estiveram instaladas colônias dessas abelhas, que foram transferidas e que ainda contêm restos da colônia original. Estas caixas devem estar bem fechadas e possuir uma abertura por onde as abelhas possam entrar. Devem ser colocadas em locais protegidos, onde existam colônias naturais, que possam enxamear. Devem ser periodicamente inspecionadas, retirando-se colônias de formigas e, ou outros animais que possam aí haver se instalado.

Pelo que foi dito, com relação ao enxameamento nas abelhas sem ferrão, um enxame recém estabelecido, por enxameagem, não deve ser retirado de imediato do local. Isso só deve ser feito quando a nova colônia estiver completamente estabelecida, com boa quantidade de favos e alimento estocado.

 

 

 

 

 

 

 

DIVISÃO DE COLÔNIAS

 

 

Para a divisão, retiram-se favos com cria velha (pupas e abelhas prestes a emergir), devendo-se usar, para isso, colônias fortes, com bastante cria. Se a colônia for de Melipona (mandaçaia, manduri, uruçu, jandaíra, tujuba, tiúba etc), não há necessidade de se preocupar com célula real. Pórem se a colônia for de uma espécie de Trigonini (jataí, iraí, mandaguari, timirim, mirim, mirim preguiça, moça-branca etc.), é necessário que, nos favos, exista uma ou mais células reais, de preferência prestes a emergir.

Além dos favos, retiram-se, também, cerume e potes de alimento com mel e pólen das colméias que estão sendo divididas, tendo-se o cuidado de não danificá-los. Com esses elementos monta-se a nova colméia, tomando-se todos os cuidados indicados no próximo item (quando da explicação de como transferir colônias para caixas). A nova colméia deve receber abelhas jovens, reconhecidas pela sua cor clara e por não voarem.

 

 

 

 

 

Após a montagem da nova colônia, esta deve ser colocada no local onde se encontrava a antiga que deve ser transferida para outro lugar. Este cuidado visa suprir a nova colônia com abelhas campeiras. A nova colônia deve estar bem protegida contra o ataque de formigas, pois nesta fase o enxame ainda está desorganizado.

 

 

 

 

 

 

Na formação de uma nova colônia podem ser utilizados elementos de mais de uma colônia da mesma espécie, tomando-se cuidado para não misturar abelhas adultas de mais de uma colméia, pois elas se atacarão mutuamente e, consequentemente, muitas delas irão morrer.

 

 

 

 

A divisão de colônias deve ser realizada em época na qual as abelhas estejam trabalhando intensamente, e deve ser realizada pela manhã, em dia quente e só deve envolver colônias fortes nas quais existam bastante alimento e favos de cria.

 

 

 

 

 

 

 

 

CAPTURA DE ENXAME

 

 

Para capturar colônias existentes na natureza, o criador pode levar, para seu meliponário, galhos ou troncos onde existam colônias, devendo, para isso, cortá-los com cuidado para não atingir o ninho e fechar as extremidades do oco, caso fiquem abertas. Antes de cortar é importante fechar a entrada da colméia com tela ou algodão para impedir que muitas abelhas escapem. No caso de muitas abelhas estarem fora do ninho após a captura da colônia, o tronco ou galho contendo o ninho deve ser deixado com a entrada aberta, o mais próximo possível de onde se encontrava originalmente, para que as abelhas retornem. À noitinha, quando todas as abelhas estiverem recolhidas, a entrada deve ser fechada com tela e então a colônia pode ser transportada, com cuidado, para o meliponário, devendo o tronco ser colocado na mesma posição em que se encontrava. A tela da entrada deve, então, ser retirada. Durante o transporte, choques violentos devem ser evitados.

 

 

 

Caso se deseje capturar colônias que se encontram em outro tipo de cavidade, como paredes, muros, barrancos etc., estas devem ser transferidas diretamente para caixas.

 

 

 

 

Para se transferir uma colônia de abelha indígena para caixa é preciso ter acesso à cavidade onde o ninho se encontra alojado. Caso este se encontre dentro de galho ou tronco de árvore, estes devem ser abertos com auxílio de machado, cunha e marreta ou motosserra, tomando-se cuidado para não atingir o ninho. Caso este se encontre em cavidades dentro de muros ou paredes, a cavidade pode ser atingida desmontando-se parte da construção, o que nem sempre é fácil ou possível.

 

Quando se trata de ninho subterrâneo, cava-se o solo até atingir a cavidade onde ele se encontra, tendo-se, antes, o cuidado de introduzir, pela entrada, um arame com um pedaço de algodão preso à sua ponta. Este serve de guia e se este cuidado não for seguido pode-se perder o canal de entrada e, desse modo, não se conseguir achar o ninho.

 

 

 

 

 

Após atingir a cavidade onde se encontra o ninho, realiza-se a transferência de seus elementos para a caixa onde o ninho será abrigado. No caso de ninhos subterrâneos, muitas vezes é possível transferi-lo inteiro, sem que ele seja danificado. Neste caso, a caixa deve ter dimensões tais que permitam o acondicionamento do ninho inteiro.

 

 

 

Quando tiver que desmontar o ninho, para transferi-lo, certos cuidados devem ser tomados: no caso do ninho haver sido submetido a golpes fortes, como acontece normalmente com os alojados em troncos ou galhos de árvores, só os favos que contenham larvas, que já ingeriram a maior parte do alimento e favos mais velhos, reconhecidos por sua cor mais clara e por serem mais resistentes, devem ser aproveitados. Os favos novos, que contêm ovos e larvinhas novas, devem ser descartados, como também todos os favos danificados ou amassados.

 

Os favos devem ser colocados na mesma posição em que se encontravam na colônia natural, e entre dois favos deve haver espaço suficiente para a circulação das abelhas. O mesmo deve acontecer entre o fundo da colméia e o primeiro favo colocado. Para se conseguir isto, coloca-se um pouco de lamelas de cerume entre os favos e entre estes e o fundo da colméia.

O cerume deve ser retirado da colônia antiga e colocado na nova, tomando-se o cuidado para não se amassar muito as lamelas. Estas devem ser colocadas em torno da cria para protegê-la. Só devem ser colocados na nova colônia potes de alimento intactos. Potes rachados, principalmente de pólen, atraem forídeos (pequenas mosquinhas) que proliferam na colméia, utilizando como alimento, principalmente, pólen e alimento de cria. A proliferação de forídeos pode levar à destruição da colônia.

O mel contido em potes danificados pode ser posteriormente devolvido à colônia em pequenas doses, colocadas em alimentadores. O polén pode ser devolvido, após o restabelecimento da colônia, em potes de cera cuidadosamente fechados.

 

 

 

É muito importante que a colônia receba pólen de sua própria espécie, isso porque aí existem bactérias envolvidas na fermentação. Sem essa fermentação específica, o pólen não pode ser usado como alimento pelas abelhas.

 

Devem ser transferidos também os depósitos de resina e cera da colônia original, bem como todas as abelhas adultas. As que não conseguem voar devem ser cuidadosamente coletadas e colocadas na nova colméia. Cuidado especial deve ser tomado com a rainha poedeira que é reconhecida pelo seu abdômen grandemente dilatado.

As abelhas, que conseguirem voar e escaparem no momento da captura, voltam ao local onde a colméia estava instalada, é aí que se deve colocar a nova caixa para que elas entrem. É importante que a entrada da nova caixa fique aproximadamente na mesma posição em que estava a entrada da colméia antiga. Um pouco de resina e cerume da colônia original, colocados em torno da abertura da nova colônia, ajuda as abelhas a encontrarem a entrada, especialmente se for agregado um pouco de material da antiga entrada.

Caso o ninho, antes de sua abertura, tenha sido transportado para longe do local onde estava instalado, as abelhas que voarem tenderão a voltar ao local de abertura do ninho e a nova colônia aí deve ser deixada até que a maioria das abelhas tenha retornado e entrado na colônia. Em todos os casos, os restos da colônia antiga, especialmente as partes que contêm resina e cerume, devem ser levados para longe, pois funcionam como atrativo para as abelhas que voaram, desorientando-as e dificultando a entrada destas na nova colméia.

Após a montagem da colônia, a caixa deve ser fechada de modo a não deixar frestas por onde possam penetrar parasitas ou abelhas saqueadoras. Para a proteção contra formigas, o suporte da nova colônia pode ser untado com graxa de modo a impedir que elas a atinjam, pelo menos até seu restabelecimento.

Não se deve realizar transferência quando as abelhas não estiverem trabalhando normalmente, especialmente em épocas frias, quando as novas colônias poderão ficar muito tempo desorganizadas à mercê de predadores e parasitas.

 

 

 

 

 

 

 

EXTRAÇÃO DE MEL

 

 

Quando a colméia utilizada para criação das abelhas for de um modelo que as obrigue a colocar a maioria dos potes de alimento em posição que permita que eles sejam removidos, sem danificar a estrutura do ninho, eles devem ser removidos, isoladamente , abertos e colocados para escorrer sobre peneira. Quando a colméia não permitir a separação dos potes do resto do ninho, como acontece em colônias acondicionadas em cabaça ou caixas rústicas, o mel pode ser retirado com o auxílio de uma seringa plástica de 20 cm, sem agulha. Nesse caso, os potes são abertos e o mel sugado com auxílio da seringa que deve ser nova, estéril e usada unicamente para essa finalidade. Uma parte do mel existente na colméia deve ser sempre deixada para o consumo das abelhas.

Algumas abelhas têm o hábito de coletarem fezes, suor ou outras substâncias que podem estar contaminadas e, desse modo, serem prejudiciais à saúde humana. Nesses casos, deve-se evitar o consumo do mel, pelo menos quando as colméias estiverem em local onde as abelhas tenham acesso a estas substâncias.

 

 

 

 

 

 

 

CUIDADOS GERAIS

 

 

 

 

 

Em épocas de escassez de flores, pode ocorrer falta de alimento nas colmeias, especialmente em áreas superpovoadas. É importante que o meliponicultor verifique, periodicamente, o estado de suas colméias e, em caso de fome, alimente-as com mel de Apis dissolvido com 20% de água limpa (8 partes de mel para duas partes de água) ou xarope obtido pela mistura de uma parte de açúcar, ou rapadura e uma parte de água. A mistura é fervida, e depois de fria, pode ser utilizada para alimentar a colônia.

 

 

 

 

O alimento deve ser colocado em um alimentador, que pode ser um pedaço de mangueira transparente fechado com algodão. Coloca-se o mel ou xarope dentro e fecha-se a outra extremidade também com algodão, fazendo com que este se embeba no xarope. O alimentador é então posto dentro da colméia, tomando-se cuidado para que não vaze.

 

Dadas as características biológicas das abelhas, elas são bastante sensíveis à endogamia, cruzamento entre parentes, por essa razão, o meliponicultor precisa ter em seu meliponário, no mínimo, 40 colméias de cada espécie que esteja criando. Isto não é necessário caso o meliponário esteja instalado em ambiente onde esse número de colméias possa existir na natureza.

As abelhas, em geral, são insetos muito importantes para a polinização e devem ser preservadas. Uma das formas de se fazer isso é preservar colônias naturais. O meliponicultor deve preocupar-se em coletar apenas as colônias que estejam correndo risco, procurando, sempre que possível, não derrubar árvores com o único intuito de coletar colméias dessas abelhas.

 

 

As abelhas mais comuns na área onde está instalado o meliponário devem ser as preferidas pelo meliponicultor, desde que atendam aos seus objetivos. Na tentativa de obter colméias de abelhas raras na região onde se encontra, o meliponicultor pode inadvertidamente estar contribuindo para a extinção destas abelhas, pois muitas delas não se adaptam às condições de criação.  

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